Era um dia de temperatura amena. Abraão estava sentado no pátio da sua fazenda, apreciando o ambiente. Era uma poltrona de prata, as sandálias de ouro, e cinto de ouro. Ali sentado, lembrava quão abençoado por Deus ele era. Observava, calmamente, as ovelhas, vacas e camelos.
No meio dos seus pensamentos, recordou-se que o seu filho já era grande e pensou alto.
Abraão – Eeii! Preciso de arranjar uma mulher para este meu filho. Servo meu…
O servo mais velho da casa foi a correr logo que ouviu o chamado do seu senhor.
Servo – O que deseja o meu senhor?
Abraão – Vá à casa dos meus pais e toma uma mulher para o meu filho Isaque. Não tome mulher das filhas dos cananeus, onde eu habito.
Servo – Talvez não vai aceitar vir para cá. E isso vai obrigar-me a levar Isaque para terra, onde meu senhor saiu.
Abraão – Não! O meu filho não volta de onde eu saí. O Deus que me tirou de lá vai enviar um anjo adiante de ti para que tomes uma mulher para o meu filho.
Servo – Assim será, meu senhor!
O servo tomou 10 camelos e foi para a cidade de Naor, na Mesopotâmia. Ao chegar, ainda fora da cidade, fez ajoelhar os camelos junto a um poço numa hora em que as moças iam lá cartar água. E orou.
Servo – Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão, estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água. Seja a donzela que eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque.
Antes que acabasse de falar apareceu naquele poço a jovem Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão. Ela vinha com o seu cântaro. Rebeca era mui bela e formosa. Depois de descer e encher o cântaro, subiu em regresso à casa, com o cântaro sobre o ombro. E o servo de Abraão foi ter com ela.
Servo – Ora, deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro.
Rebeca – Beba meu senhor. – O servo foi dado de beber. – Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber.
O servo, admirado, esperou que Rebeca fizesse como dissera para confirmar se Deus havia prosperado a sua jornada ou não. Quando Rebeca acabou de tirar água para os camelos, o servo de Abraão tirou um pendente de ouro e duas pulseiras.
Servo – De quem és filha? Há também em casa de teu pai lugar para nós pousarmos?
Rebeca – Sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor. Também temos palha e muito lugar para passar a noite.
O servo de Abraão inclinou-se e adorou a Deus. A donzela correu e foi contar tudo que acontecera à sua mãe. Após receber a notícia, Labão, irmão de Rebeca, foi ao encontro do servo de Abraão.
Aconteceu que indo à casa de Rebeca, conversou com Labão e Betuel, o pai, a quem lhes contou todas as peripécias, com detalhes de como tudo aconteceu até à revelação de que a mulher de Isaque era Rebeca.
Labão e Betuel – Do Senhor procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem. Eis que Rebeca está diante da tua face; toma-a e vai-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o Senhor.
O servo de Abraão inclinou-se diante de Deus. Depois tirou vasos de prata, ouro, e vestes e deu-os à Rebeca. Deu também coisas preciosas ao seu irmão Labão e à sua mãe. Posto isto, comeram, beberam e passaram a noite. Pela manhã, chamaram Rebeca para perguntar-lhe se aceitava ir com o servo de Abraão.
Betuel – Irás tu com este varão?
Rebeca – Sim, irei.
Então Rebeca foi abençoada e seguiu sobre o camelo com o servo de Abraão. Isaque, ido de um poço e saindo para orar no campo, viu camelos vindo. Rebeca viu Isaque vindo.
Rebeca – Quem é aquele que vem ao nosso encontro?
Servo – Este é o meu senhor.
Então, tomou ela o véu e cobriu-se. Quando Isaque chegou junto deles, o servo contou tudo. E Isaque levou Rebeca para tenda de sua mãe, Sara, e casaram.
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